junho 22, 2007

Abortar uma ideia.



Correia de Campos já tem o arranjo feito. Apresentada já em conferência de imprensa a portaria que regulamentará a lei da IGV, ficamos a saber uma série de novos apoios à morte por encomenda.

Entra em vigor a 15 de Julho a nova lei que abrirá caminho a uma sangria gratuita e encorajada, como nunca pensámos que pudesse vir a ser.

Pois, segundo o ministro, "as mulheres que recorram ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer uma Interrupção Voluntária da Gravidez (IGV) não vão pagar taxas moderadoras ao abrigo do regime de isenções previsto para as grávidas".

Portanto, a ver se entendi, uma mulher cancerosa que pouco mais quer que sobreviver por mais uns anos...paga taxa moderadora... Uma outra, saudável, mas que se quer livrar do "incómodo" que criou conscientemente...fica isenta...!

Mas que nojo de país é este?!? Mas que raio de radicalismo pró-aborto vai na cabeça deste mentecapto liberticida?!?

E, para cúmulo, esta isenção surge ao abrigo do regime de isenções previsto para as grávidas...! Mas, em que medida é que uma mulher que rejeita a sua gravidez deve requerer os benefícios da mulher grávida que está a dar um contributo ao mundo?

Como se não bastasse, a mulher empregada que interrompa a sua gravidez até às dez semanas passa a ter direito a uma licença de "maternidade" (vejam bem as expressões)com a duração mínima de 14 dias e máxima de 30 conforme prescrição médica, sendo que o montante do subsídio será de 100 por cento da remuneração de referência.


Aí está... a absoluta aberração. Uma lei, ela sim, a ser abortada quanto antes...e com pagamento de taxa moderadora (ou seja, rua com o ministro)!

abril 28, 2007

Uma atrás da outra...



Aí está. Tudo se cumpre e só mesmo os portugueses que votaram "SIM" se poderão considerar enganados.

Depois da despenalização da IVG afim de, diziam eles, "controlar e diminuir o número de abortos", já se pretende dar pena suspensa ao crime de aborto para lá das 10 semanas. Mas a "boa vontade" dos abortistas não para! Pretende-se agora dar um destino "util" ao "produto" dos abortos (a ver se a coisa não se limita a dar prejuízo ao Estado).

Segundo a concepção do BE e PS, através de lei apresentada pelo PS, pretende-se "possibilitar a utilização de células estaminais, para efeitos de investigação e respectivas aplicações terapêuticas, mesmo quando aquelas sejam resultantes de interrupção voluntária da gravidez" e desde que a "dadora" não o proíba (ou seja, se esta não se pronunciar ninguém lhe pede a respectiva autorização).

Destaco esta intervenção da deputada Regina Bastos (PSD):

"Quer dizer: se uma mulher livremente escolher interromper a sua gravidez, os produtos resultantes dessa interrupção poderão servir para investigação científica, bem como para aplicações terapêuticas.

O aborto, que, supúnhamos, nem os seu defensores consideravam estar provido de qualquer valoração ético-social positiva, passará, a partir de agora, a ter uma utilidade social que a lei expressamente contempla.

E, mesmo proibindo a indução de abortamento para a finalidade específica de células estaminais, como ingenuamente pretende o Projecto de Lei do PS, a verdade é que nenhuma garantia haverá de que tal não aconteça
."

abril 11, 2007

Perdido...



"O Presidente da República promulgou hoje a lei da exclusão da ilicitude nos casos de interrupção voluntária da gravidez, tendo enviado à Assembleia da República uma mensagem em que identifica um conjunto de matérias que deve merecer especial atenção por parte dos titulares do poder legislativo e regulamentar, de modo a assegurar um equilíbrio razoável entre os diversos interesses em presença."

Ver aqui o teor da mensagem enviada pelo Presidente da República à Assembleia da República.
______________________________

É assim que hoje vejo o nosso presidente. E nem é pelo facto de ter promulgado esta aberração legislativa, mas antes pela quantidade de reparos que achou por bem fazer à dita. Quando um homem representa a última instância no acto de legislar, tendo o poder de veto, sabe à partida que depois de promulgada uma lei ela não tornará a passar-lhe pelas mãos. Assim, de que valem os reparos e conselhos que envia a uma maioria ideológica que lhe dedica o mais profundo desprezo?!?!?

Se o presidente tivesse reenviado a lei para a Assembleia, juntamente com os ditos reparos, esta teria o dever institucional de discutir e observar alguns desses pontos, especialmente no que toca ao alargamento da discussão ao segundo maior partido nacional (que concentra bastantes defensores do "SIM", certamente mais moderados e racionais que a Esquerda com que o PS discutiu a lei). Mas não! Assim, para deleite geral da Esquerda, ainda ouvimos o ministro da saúde a aceitar conceder alguma atenção às sugestões do chefe de Estado, o que, em termos práticos, é a mesma coisa que manda-lo à m..da.

Cavaco caiu no ridículo. Falta-lhe a coragem de outros tempos. Teremos uma lei cega, à imagem e semelhança da nossa Esquerda mais libertina.

março 31, 2007

Exemplar.



Civismo foi a palavra de ordem destes manifestantes. Numa tarde de sol e algum vento, várias dezenas de famílias foram a Belém, no passado Sábado, apelar ao bom senso e à coragem do Sr. Presidente da República. Porque a proposta de lei que tem em seu poder é fruto do atropelo das promessas eleitorais de apenas alterar a actual lei mediante referendo. Porque o dito referendo não contou com a participação de 50% do eleitorado, logo, não sendo válido.

Ainda porque uma aprovação desta proposta de lei significaria, como se entende na mesma, o livre arbítrio sobre a actual legislação, não se limitando a observar a pergunta do referendo (faço referência à anunciada suspensão de pena para os abortos realizados para lá das 10 semanas).

Simbólicamente, e a par de um manifesto entregue ao Presidente da República, foram espalhadas e "plantadas" dezenas de flores de papel pelas crianças, em frente ao palácio presidencial.

Aguardemos a decisão.


março 22, 2007

Porque nos mentiram!

março 21, 2007

Parto "sobre rodas"...e buracos!



As decisões do governo começam a dar frutos. No espaço de 15 dias foi já o segundo parto numa ambulância, a caminho do hospital. Vá lá, esta ia apoiada por uma viatura do INEM, que acorreu à operação. Contudo, não deixa de ser um risco, quer pelas complicações possíveis para as quais não haja o equipamento necessário, quer pela possibilidade (que vem sendo o normal) de apenas os bombeiros presenciarem a ocorrência.

Aqui, novamente, foi o bloco de partos da Figueira da Foz que faltou. A senhora ía a caminho de Coimbra.

março 16, 2007

Bem se avisou...



Segundo as últimas notícias, um anteprojecto de lei em discussão para a despenalização do aborto, prevê que, para o crime de aborto após as dez semanas se substitua a pena de prisão pela suspensão provisória do processo.

A ser verdade...é curioso que antes do referendo tanto se tenha ridicularizado a hipótese de aplicar esta figura jurídica (suspensão provisória de processo) aos abortos cometidos até às 10 semanas... falando em "hipocrisia", que "não pode haver crime sem pena"...e que agora já seja aceitável para abrir caminho ao aborto para lá das 10 semanas...!

Por outro lado, dizem que a lei não pode obrigar a mulher a assistir a uma consulta prévia, "sob pena de se ir contra o aprovado em referendo (o que é mentira), e esquecem-se que o "SIM" salvaguarda a manutenção da actual lei para lá das 10 semanas!

Prefiro acreditar que isto foi apenas uma fuga de informação, colhida num (normal) momento de loucura de algum deputado do BE, durante a discussão da lei entre os "3 da vida airada". Aguardamos desenvolvimentos.

P.S.- Aqui fica mais um bónus da charada dos últimos dias a respeito da malfadada lei.

fevereiro 24, 2007

Encontro do "NÃO" em Vagos.



"O encontro em Vagos serviu para os movimentos de todo o país analisarem o resultado do referendo, tendo sido aprovado um conjunto de reivindicações.

A Federação Portuguesa pela Vida, que congregou os movimentos pelo "Não" no referendo da interrupção da gravidez, reclamou que o Governo gaste, por cada aborto, o mesmo e mais um euro no apoio à maternidade.

Os movimentos pretendem que seja dado a cada grávida um valor igual ao que o Estado pagará por cada aborto, acrescido simbolicamente de um euro.

O aumento para 80 por cento da percentagem de financiamento às instituições que acolhem mulheres grávidas e crianças em dificuldade e o financiamento a 75 por cento dos Centros de Apoio à Vida são outras reivindicações.

Isilda Pegado, presidente da Federação, disse aos jornalistas aguardar com expectativa que se verifiquem as promessas eleitorais das forças que defenderam o "Sim", nomeadamente o PS, sublinhando haver "um vasto consenso nacional quanto à necessidade de reduzir o aborto e de evitar que ele seja usado como planeamento familiar".

Declarando que a Federação estará atenta aos diplomas que irão regular o aborto legal, Isilda Pegado afirmou que o processo legislativo deve ter em conta a escassa expressão eleitoral da vitória do "Sim", sublinhando que o "Não", apesar de derrotado, obteve mais 200 mil votos do que em 1998, embora os movimentos assumam que o "Não" foi minoritário.

No encontro de Calvão, foi decidido dinamizar em todo o país instituições de apoio à Vida, dando continuidade à "energia e fantástica mobilização" da campanha do "Não", "apesar do clima mediático e político desfavorável".

"Continuaremos a lutar pela dignidade da pessoa humana em todas as circunstâncias", concluiu
."

in: SIC Online

Entretanto, a nossa Esquerda anda a pressionar o governo, para que, simbolicamente, a Lei entre em vigor no "25 de Abril" deste ano. Grosseiro, Saloio, Rústico, Pacóvio, Parolo, Alarve... São todos os sinónimos que encontrei, que melhor caracterizam um tal delírio colectivo.

fevereiro 13, 2007

"The Day After Tomorrow" (II)



O rosto da morte, para já, dá pelo nome de Yolanda Dominguez, directora da clínica espanhola "Los Arcos", que já veio demonstrar a sua "alegria" pelo resultado do referendo. Diz ela que a clínica em Lisboa iria abrir "independentemente" do resultado do referendo, justificando o investimento com os 3 casos excepcionais previstos na Lei...

Ou seja, uma das principais clínicas de aborto espanholas (estes são especialistas apenas na eliminação de vidas humanas), que opera num país com legislação idêntica à portuguesa mas que permite uma livre interpretação da mesma, estava disposta a investir uns valentes milhares de contos em Portugal, com a simples justificação dos esporádicos casos de violação, mal-formação do feto ou ameaça da integridade física ou psíquica da mulher?!?!?!?

Algo me diz que, se o "NÃO" vencesse, teríamos uma infindável desmultiplicação de "doentes mentais" na sala de espera da Srª Yolanda. E, tendo em conta o avançado estado da implantação legal da clínica, algo me diz também que o ministro Correia de Campos seria o principal aliado da Srª Yolanda na infracção da Lei...

"The Day After Tomorrow " (I).

"O dia depois de amanhã" foi pródigo em revelações. A máscara dos abortistas cai apenas um dia decorrido o referendo e zangam-se as comadres.



Bastou um dia! Sócrates emociona-se ao apelidar o PS de "progressista", fazendo da eliminação arbitrária de fetos uma espécie de quimera em prol da Civilização.

Mas o seu líder de bancada foi mais longe, ao ser mais concreto. Na sessão de abertura das jornadas parlamentares do PS, em Óbidos, Alberto Martins avançou que "(...)não haverá naturalmente aconselhamentos obrigatórios, à revelia do que foi o mandato popular...a lei será feita na Assembleia da República nos exactos termos desse mandato...o período de reflexão naturalmente será curto".


"À revelia do que foi o mandato popular"?!?!?! Então mas o mandato popular não consistia simplesmente na "despenalização das mulheres"?!?!? Em que medida é que essa simples "despenalização" colide com a obrigatoriedade de um aconselhamento...?!? Ah...! Parece que, afinal, o "SIM" à pergunta implicava mais umas coisitas para além da anulação dos 3 anos de cadeia não é? É tão giro enganar o povinho...!

Ou seja, depois de ouvirmos recados apaziguadores de última hora (lembro Vital Moreira ou Edite Estrela), garantindo a defesa de medidas moderadoras do pedido de aborto, em caso de vitória do "SIM", vemos agora o próprio líder da bancada do PS anunciar que a lei reflectirá na íntegra o que foi aprovado na pergunta, sem condicionalismos que não um curto período de reflexão. Estou a imaginar o "médico" -Volte daqui a 3 dias - e pergunta a "paciente" - Tem mesmo de ser? - e retorna o outro - Tem de fazer o frete. Vá lá, passa num instante!

Será que alguém crê que um "período de reflexão", sem mais nada, será outra coisa que não um "frete", um formalismo a ser retirado à primeira oportunidade?!

Mas é que foi o próprio governo, e o PS, a falar em estudar um aconselhamento das mulheres, diziam eles, até como forma de as informar e produzir uma diminuição do número de abortos...! Vem agora desmascarar-se a mentira tantas vezes repetida, produtora deste triste "SIM". O aborto será inteiramente livre e as mulheres só saberão aquilo que, no seu desespero ou displicência, se lembrarem de perguntar...se tiverem a quem, claro!

O aconselhamento serviria obviamente para garantir que a mulher soubesse os riscos inerentes, quer durante, quer no pós-operatório. Apurar da sua estabilidade emocional, da consciência da sua opção, para além de garantir uma resposta a todas as dúvidas que ela pudesse ter. Isto é lógico, responsável e consequente. Esperemos que Sócrates cumpra e corrija o seu inflamado colega.


Ora, enquanto isto...zangam-se as comadres. Jerónimo de Sousa, caladinho que nem um rato durante a campanha (para não fazer contra-vapor), assanha-se agora contra o que era por todos já sabido: a insuficiência do Sistema Nacional de Saúde e a necessidade de dar dinheiro a privados. Vem o senhor, ao bom e velho estilo déspota do PCP, colocar em causa o direito à objecção de consciência, exigindo que o governo faça um cerco rápido a este tipo de disposição. Pois eu digo, ele terá muito com que se preocupar, mas é quando o ministro começar a recusar pedidos e a mandar as mulheres para os privados por conta própria, devolvendo uma boa parte delas à clandestinidade.

A lêr:

fevereiro 12, 2007

SIM!!!


Aí está… Vence o “SIM” com 59,23% dos votos, ficando-se o “NÃO” pelos 40,75% (em 98 o “SIM” tinha 48,3% e o “NÃO” 50,0%).

Com uma abstenção visivelmente encurtada em relação a 1998, verifica-se que os portugueses, apesar da chuva, dignaram-se a votar. Existe, portanto, um resultado óbvio e legítimo. Sócrates tem o dever de alterar a Lei.

Apesar do resultado ser, de certa forma, esperado, espanta um pouco pela diferença de valores. Aparentemente houve uma mensagem que passou com maior intensidade, a do “SIM”. O empenho do aparelho de Estado fez de facto a diferença. Marcelo Rebelo de Sousa tinha razão e partilho da sua análise ainda em pré-referendo: o "Sim" partiu com vantagem.

Há cerca de 10% do eleitorado que transferiu o seu voto do “NÃO” para o “SIM”, em relação a 98. Terá visto a “luz”?!?! Duvido muito. De resto, 10% é mais ou menos aquela porção de eleitorado que, de eleição para eleição, vai oscilando entre centro-esquerda e centro-direita, dando a vitória ora a uma ora a outra facção de interesses, mas reflectindo-se sempre na vigência de diferentes escalas de valores.

O PS está no poder, e está na sua forma mais pragmática, calculista. Goza do apoio maioritário da população face às suas políticas governamentais (a julgar por todas as sondagens), e o que diz é Lei, é tido como “responsável”. Sócrates, ao contrário de Guterres, opta por falar menos, mas falar concisa e objectivamente. Fala apenas do que “é inevitável”, do que “tem de ser”, das “evidências incontestáveis” e recusa-se a comentar menoridades. Ora, é isto que os portugueses sabem respeitar, é isto que os descansa e sossega, a sensação de ter alguém, cujo tom tecnicista e atitude altiva, os remeta para uma reconfortante insignificância. Sócrates é ouvido.

Fez o seu apelo - “É preciso votar pela despenalização” – e colocou o aparelho partidário/Estado a repeti-lo por todo o país, posando para os telejornais, em debates de surdos para audiências já convictas do seu voto. Mais uma aparição estratégica de última hora, para ameaçar com a sua intransigência, em caso de vitória do “NÃO”. E pronto, estava feito.

O que quero com isto dizer, é simplesmente que estes 10% de eleitorado, em tempo de maioria de Direita, gozando do mesmo prestígio, com ministros e partido de governo ( mais uns quantos do PS) a dar a cara pelo “NÃO” e pelas suas razões… haveriam de resultar em algo parecido com 1998. Ou seja, esta maior disparidade de resultados é, em grande parte, directamente atribuivel ao bom momento que o governo goza junto da opinião pública, especialmente o primeiro ministro.

Por isso digo, este resultado apenas vem demonstrar, para lá de quaisquer dúvidas, que a sociedade portuguesa permanece profundamente dividida e em constante sobressalto de opinião, em relação a esta matéria. O que, dada a vitória do “SIM”, trará uma enorme responsabilidade a todos os que agora se congratulam com esta vitória.

Assumiram pesadas responsabilidades, difíceis ou até impossíveis de concretizar com verdadeira justiça (pelas razões apontadas no post “Esperamos por si”), pelo que deverão mostrar resultados concretos, antes que a opinião pública seja mobilizada em sentido contrário, por novos dados e novas evidências. Este referendo também não foi vinculativo e qualquer governo poderá adaptar ou reinterpretar a lei em sentido diverso ou até mesmo apresentando novo referendo…quem sabe daqui a 8 anos.

Entretanto, esperemos que o "SIM" vencedor seja o "SIM" do aborto encarado como último recurso, um mal menor, e não o "SIM" do livre dispor do corpo, o "SIM" da arbitrariedade. Aguardemos uma lei que garanta o mínimo dos mínimos, ou seja, um período de reflexão e aconselhamento obrigatórios).

Só a concretização das virtudes apregoadas pelo “SIM”, especialmente no que toca à redução no número de abortos, poderá evitar uma restituição da Lei, a médio/longo prazo.

fevereiro 11, 2007

Hoje, um apelo...



A imagem vale todas as palavras possíveis...

Carregando o Mundo...


Pintura do mexicano Carlos Caban.

Como diz o preceito judaico: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro".

É assim que encaro a gravidez... Como neste quadro de Caban.

Num mundo tantas vezes dominado pelo seu lado mais obscuro, é por cada vida que nasce que se renova a esperança numa nova luz, que se ganha uma oportunidade mais para construir algo melhor.

Os homens que quase o seriam... eram portadores de características e circunstâncias únicas e irrepetíveis. Cada qual com o seu projecto de vida, com a sua obra a concretizar. A que almas e obras temos negado essa oportunidade...? Nunca o saberemos.

Fica o mundo mais pobre, isso é certo... Desprovido de novos sonhos, novas artes, novos legados.

Sem dúvida, é na mulher que a Natureza depõe essas esperanças, o "estar de esperanças". E a elas compete dar-nos essa luz, o "dar à luz". É que os termos não vêm por acaso. É na verdade o Mundo que trazem no seu ventre.

fevereiro 10, 2007

Esperamos por si!



Vitória do NÃO:

Se o “NÃO” ganhar, embora Sócrates tenha vindo ameaçar com a manutenção da lei exactamente como se encontra, é óbvio que tal não acontecerá. Ele já teve múltiplas oportunidades para despenalizar em sede de parlamento (propostas de deputados do PS e do PSD) e até dentro do próprio executivo (proposta de Freitas do Amaral). Não o fez porque pretendia ir muito além de uma simples despenalização, obtendo a liberalização do aborto através de novo referendo. Vencendo o “NÃO”, é óbvio que terá de ceder, sob pena de vermos “milhares de mulheres julgadas e na prisão”!!!

Mas, ainda que o não faça, o Estado tem a obrigação de, ao contrário de 98, e em vez de ficar à espera de novo referendo, apostar noutras soluções para o planeamento familiar, que não passem pela mais fácil de todas, o aborto. Apostar numa assistência social de proximidade, num planeamento familiar efectivo e generalizado, no garante do alargamento do “médico de família”, na renovação de stocks de contraceptivos gratuitos pelos centros clínicos do país, numa política fiscal de incentivo e apoio à Família, no cumprimento das excepções abortivas já previstas na Lei, na comparticipação de todas as pílulas contraceptivas disponíveis no mercado, na repressão dos meios clandestinos, no apoio às associações de voluntários que prestam apoio a mulheres e crianças, etc., etc. No entretanto, não haja dúvidas de que muitas vidas seriam salvas (desde 98, o voluntariado, só por si, atendeu cerca de 100 mil mulheres, e salvou 10 mil crianças) e manter-se-ia uma lei humana, civilizada, que encara a Vida como valor inviolável e garante o actual efeito dissuasor. É isto que significará um voto no “NÃO”.



Vitória do SIM:

Por outro lado, a vitória do SIM implicará uma forçosa alteração de valores sociais, na medida em que se elimina a culpabilização de um acto profundamente negativo. Como consequência, verificaremos a perda do medo em relação ao aborto, que passará a ser encarado como algo aceitável, protegido, possível, apoiado, assegurado e, em muitos casos, até aconselhado (uma adolescente que decida continuar a sua gravidez, tende a deixar de ser tida como corajosa, para passar a ser irresponsável e leviana, porque dirão que podia e devia fazer um aborto). Os jovens, menos maduros e experientes, tenderão a afrouxar as suas preocupações com uma contracepção imprescindível, porque, ao fim e ao cabo, sempre terão o aborto como derradeira solução, e “não hão-de ter tanto azar assim desta vez”! As mulheres tenderão a assumir o aborto, não como uma triste solução para situações desesperadas, mas agora como uma opção possível, natural, serena e muitas vezes calculista. Decidir-se-á por se ter ou não um filho, depois da gravidez em curso, como se estivesse a decidir-se antes da concepção… Como se estivesse no exacto mesmo estágio de decisão e não houvesse ali absolutamente nada a crescer dia após dia, hora após hora!

Assim, não é difícil prever uma série de pedidos de aborto que se começarão a amontoar no Sistema Nacional de Saúde. Afinal de contas, aqueles números avançados pelo “SIM”, de 20 a 40 mil abortos clandestinos por ano, aparecerão todos num instante (fora os pedidos daquelas que não o arriscariam na clandestinidade mas agora sim). Pedidos esses que, exigindo a inerente urgência, deixarão o Estado em maus lençóis. É que este, que agora fecha urgências, maternidades e especialidades por todo o país, ao mesmo tempo que engrossam filas de espera para cirurgias, fisioterapias e meras consultas, muito rapidamente, anunciará não ter condições logísticas para acorrer a todos os pedidos. Começará então a pagar aos privados, florescentes, para satisfazer a primeira grande leva de abortos (para mostrar as vantagens da vitória, claro está). Mas quando o Estado se começar a aperceber que não há dinheiro para tudo isto (segundo o ministro, cada aborto ficará entre os 350 e os 700 euros… É fazer as contas!) ou que simplesmente não está para andar a enriquecer os bolsos dos privados, ele vai começar a optar por recusar pedidos, muitos pedidos, enviando as mulheres para os privados, sim, mas por conta própria!

Imaginemos o resto…! Elas, chegando aos privados, das três uma: ou são ricas e o Estado acaba de lhes poupar a viagem a Espanha. Ou são remediadas e telefonam à “Cofidis” ou à “Credial” para juntar o maço de notas. Ou, por fim, são pobres e, não podendo pagar aos privados, vão ao exacto mesmo sítio onde têm ido, ou seja, à clandestinidade. Mas atenção, agora mais barato! É que, com a despenalização, a candonga vai entrar em saldos! Actualmente, o aborto clandestino é caro (cerca de 400 a 450 euros) porque a sua situação implica a importação da anestesia e através de mercados paralelos, o que encarece ainda mais o produto. Depois, se o sangue da mulher for de tipo RH negativo, terá de se dar uma vacina (Rogan) para que futuros filhos não tenham problemas. Ora, com a despenalização, estes produtos estarão cá disponíveis também, e, obviamente, à mão de semear de enfermeiras e parteiras “bem relacionadas”.

Em suma, nem a clandestinidade terminará, nem as mais pobres terão forçosamente mais apoio (nem para abortar, nem para criar os filhos em condições). No entanto, os privados enriquecerão, bem como as empresas de micro-crédito!

Por fim…enquanto, impavidos e utópicos, os BE's e PC's ficarão eternamente à espera de ser eleitos, para fazer tudo "como deve de ser", lá continuarão os “atávicos”, “retrógrados” e “beatos” grupos de voluntários do “NÃO”, ajudando quem aparece, com os meios de quem se compadece. O Estado, uma vez mais…nem vê-lo!

A ver vamos…

fevereiro 09, 2007

"Cumprimos o nosso dever"


Corroborando as palavras de Marcelo.

11 - (IVG) Ler a pergunta.



Finalmente, e agora sim, ler a pergunta:

Concorda com a despenalização de interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas 10 primeiras semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Desfiando:

Despenalização” – Existe desde logo uma certa confusão de termos. É que uma “despenalização”, de acordo com uma correcta aplicação dos termos jurídicos, pressupõe uma causa e um fim específicos, ou seja, a despenalização do aborto até às 10 semanas, sê-lo-ia no caso dessa despenalização ser restringida a um determinado número de ocorrências e situações devidamente explicitadas a incluir. Como acontece na actual lei. Mas não é o caso. Trata-se aqui de uma abertura total e sem um alargamento concreto de limites. Por isso, “liberalização” seria o termo correcto.

Interrupção” – Eis a mais evidente ilusão eufemista das palavras. Não está aqui em causa uma qualquer “interrupção”, na medida em que tal pressupõe a possibilidade de retoma, o que não é o caso, o aborto é irreversível. Trata-se de uma questão de escolha de palavras menos propícias à rejeição, ainda que falseadas.

Interrupção voluntária da gravidez” – Ora, tendo em conta o óbvio interesse de estreitar e simplificar, tanto quanto possível, uma pergunta que já de si é complexa, dividir por 3 palavras aquilo que toda a gente conhece simplesmente como “aborto” (e que também assim aparece na actual lei), vai tão só ao encontro desta busca pelo encapotar de realidades, procurando dar-lhes um tom coloquial que, na verdade não têm.

Por opção da mulher” – Quando se incluiu já, mais atrás, a expressão (de valor jurídico) “interrupção voluntária da gravidez”, explicitou-se claramente a ideia agora repetida. Se há uma gestação “voluntariamente interrompida”, tal só poderá obviamente dar-se “por opção da mulher”. Logo, aqui se encontra mais uma forma de puxar por um sentimento de benefício e valorização da mulher, que, dada a natureza do aborto, é falso.

Nas 10 primeiras semanas” – Porquê 10 semanas?!? Eis uma solução totalmente arbitrária, na medida em que, no processo de gestação, nada ocorre por esta altura que permita uma diferenciação de etapas. Portanto, uma definição sem fundamento, logo, a-jurídica. Mas o mais absurdo é que a tese dos abortistas leva a considerar a mulher como criminosa a partir das 10 semanas de gravidez…! É aceitável que se mate até às 10 semanas, a partir daí, é crime com direito a prisão!

Legalmente autorizado” - Não se diz “legalmente autorizado” (cá está, uma forma de moldar as consciências apelando a um sentimento de legalidade/legitimidade em tudo isto) mas sim “oficiais” ou “oficialmente reconhecidos” (segundo o art.142º, nº1 do CP).


Posto isto, eis a pergunta honesta:

Concorda com a liberalização do aborto até às 10 semanas em estabelecimento de saúde oficialmente reconhecido?

Veja-se como é concisa e clara! E não falta lá nada do que vai a referendo!


A pergunta que vai a referendo, está perfeitamente construída para provocar a dispersão na sua leitura, ao mesmo tempo que visa projectar uma série de ideias sucintas, que concorram para a sua aparente lógica e pertinência:

Termos como “despenalizar”, “saúde”, “legal” ou “autorizado”, concorrem para uma imediata concordância à primeira análise feita. E não estão lá colocados por acaso. Por outro lado, a ideia de ser “por vontade da mulher”, confere uma certa benevolência a algo que é óbvio e inevitável. Por fim, a abolição da palavra “aborto”, sendo trocada por 3 outras palavras, é sintomática de um incómodo que se quer evitar na pergunta.


A Lei actual trata de um enquadramento que prevê a licitude do aborto para determinados casos, logo, é simples de compreender que trata de regulamentar excepções, devidamente explicitadas e limitadas.

Ora, a despenalização até às 10 semanas agora proposta, não pretende incluir qualquer regime de excepção, não pretende regular novos casos ou razões passíveis de despenalização, mas simplesmente de colocar aquilo que é actualmente um bem jurídico (a vida intra-uterina) à completa mercê do livre critério da mulher. Ou seja, esse bem jurídico fica "interrompido" até às 10 semanas de gestação, surgindo com toda a pujança apenas 1 dia depois, na plenitude dos seus direitos e garantias. Esta sim é a questão.

É que, caso se pretendesse apenas incluir uma nova excepção, como defendem os do “SIM”, a pergunta do referendo era outra:

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, caso se mostre indicada para evitar perigo de morte ou grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher, designadamente por razões de natureza económica ou social, e, realizada nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

É uma pergunta longa e complicada não é? Mas era bem mais honesta.

Para finalizar, lembremos que este referendo apenas acontecerá “porque o resultado não agradou aos políticos, que ousam estabelecer uma rota de “evolução” correcta para o país, à revelia da própria população, algo semelhante à reacção dos federalistas europeus face à recusa do Tratado Constitucional para a UE em França e Holanda, avaliando os resultados como derivados de uma espécie de engano popular qual atestado de incapacidade de autodeterminação desses povos.
Em 98 venceu o NÃO, que para eles não valeu, porque não foi vinculativo (não votou 50% da população). Agora, tudo aponta para uma abstensão semelhante. Se tivesse ganho o SIM, ainda que fosse de forma não vinculativa, alguém quereria repetir o referendo agora? E se o SIM ganhar sem 50% de eleitores, repete-se daqui a 8 anos o referendo?”

Os abortistas têm é de começar por ser honestos com o eleitorado. Não se trata apenas de tirar as mulheres do banco dos réus (o que não acontecerá), que é a sua principal bandeira, trata-se sim de considerar que até determinado momento, o livre interesse da mulher, independentemente de tudo o resto, se deve sobrepor à vida do feto, é essa a sua real pretensão. Partindo do princípio que o feto não é humano, pretende-se dispor livremente desse corpo, como se de um apêndice da mulher se tratasse, talvez por problemas financeiros desta, outras vezes por não ter condições psicológicas para continuar a gravidez, mas, em último caso, porque simplesmente entende não ser a altura ideal segundo a sua lista de prioridades.

É esta a verdadeira perversidade da Lei, a sujeição da Vida ao livre arbítrio de alguém que, não só teve direito a nascer, como assumiu uma postura propícia a esse estado natural.

fevereiro 08, 2007

Avós e Netos...



Outro argumento recorrente no lado do “SIM” é o de que, apesar de admitirem que o feto está vivo, não lhe reconhecem (quais especialistas em neurologia fetal) consciência ou qualquer actividade cognitiva. Ou seja, para o “SIM”, o feto é um “vegetal”. Como não nos olha, nem nos sorri, tão pouco disserta sobre cubismos ou divaga pela escatologia platónica, o feto é uma nulidade, uma coisa amorfa que ainda não é “nada”.

De facto, esta atitude perante o desconhecido vai de encontro a outros sintomas desumanizantes do nosso tempo. Desconsiderar o desconhecido é um vício das nossas mentes “esclarecidas”. Aquilo que não se manifesta não se dá a conhecer, logo, não existe.

Mas lembremos um doente de Alzheimer, essa doença que se verifica estar a aumentar vertiginosamente entre as sociedades modernas, que sabem como preservar o corpo mas não a mente. Alguém num qualquer estado vegetativo, sem aparente consciência de si mesmo, mas que, no entanto, possui bater de coração, possui impulsos nervosos (sente dor) e cognitivos (elementares). Possui os vários sentidos activos, bem como um regular funcionamento de todos os seus órgãos vitais.

É curioso notar que um feto, às 10 semanas (2 meses e meio) possui exactamente o mesmo que este doente (com a excepção da visão e do olfacto)… Mas há duas grandes diferenças. Um vê-se, o outro não! Um, tem o passado como dado adquirido, o outro, só terá o futuro que piedosamente lhe reservarem… No entanto, e pelo andar do “nosso” sentido de civilização, tendem a ter algo fortemente em comum: Ambos concorrem para um decréscimo na “qualidade de vida” dos nascidos e lúcidos. Da mesma maneira que a gravidez é promessa de esforços e sacrifícios, contrariedades e incómodos, também o estado vegetativo de total dependência de um idoso, poderá sê-lo. Aliás, tende normalmente a sê-lo face ao esforço financeiro e emocional que exige.

E então…?! Vamos legislar a despenalização da interrupção “voluntária” do doente?!
Pode um familiar mais próximo decretar a sua morte? Qual é a diferença? O que tem esse Ser a mais que o outro Ser? Alguém sabe dizer? É pelo facto de ter um passado, custando decretar a morte de um rosto conhecido? A verdade é que, a partir de certo momento, os médicos apenas garantem a familiaridade do rosto, porque o resto...foi-se!

Numa visão pragmática, com que os abortistas sempre se munem, esses doentes constituem um encargo pesadíssimo para as famílias e para o Estado! E da mesma maneira que tratam uma mudança na Lei, em relação ao aborto, como uma “evolução numa lei que está atrasada”, pois aí está, peguem na mui “avançada” e sempre louvada legislação holandesa e sigam o exemplo!

Aí já se discute um novo “avanço”, desta vez a “eutanásia” sobre doentes incapazes de exprimir consentimento, como os doentes mentais ou recém-nascidos… Vejam lá bem que evolução e que piedade!

Esta noite, no Coliseu de Lisboa!


fevereiro 07, 2007

10 - (IVG) Ouvir os Casais III



Por fim, a vivência sexual no casal. Até que ponto o aborto poderá ser tido, ou aceite, como método de planeamento familiar?

Não é raro ouvirmos, disparado pelo lado do “SIM”, que o “NÃO” defende a exclusiva função reprodutora do sexo, e que, por isso, é contra o aborto como mecanismo de planeamento familiar. Ora, há formas criativas de procurar ridicularizar as opiniões, e esta, é sem dúvida uma delas.

O sexo é, de facto e acima de tudo, uma forma de expressão entre dois seres humanos, que, quando vocacionado para uma relação de respeito e confiança, atinge a sua plenitude no seio do “Casal”. Deixemos no entanto esclarecido que, o conceito de “casal”, não é aqui aplicado à simples união esporádica entre um homem e uma mulher. É de crêr que o “casal” não se constitui por um qualquer choque “acidental” de órgãos sexuais, mas surgindo, sim, da confluência de projectos, sonhos e outras afinidades. Assim sendo, quando aqui se analisa a possibilidade do aborto entre casais, apenas se envolvem os núcleos familiares constituídos, ainda que formados apenas pelo homem e pela mulher, unidos em casamento ou afins.

Um casal tem o direito, e até o dever, de proceder responsavelmente ao planeamento do seu lar. Nesse planeamento, a reprodução tem de assumir uma inequívoca centralidade, na medida em que o seu descontrole poderá levar ao descontrole de todas as outras estruturas eventualmente consolidadas entre o casal. Assim, a contracepção é a base do planeamento familiar.

Aqui, a informação faz a diferença. E a informação está por todo o lado, desde um rápido acesso à Internet, passando por uma biblioteca ou uma boa livraria. Em todo o caso, é importante a vivência conjunta de uma consulta de planeamento familiar. E a importância deste aconselhamento médico assume proporções de urgência, quanto mais jovem ou de poucos recursos for o casal (tendo em conta que a maturidade e a segurança financeira ajudam a ultrapassar a falta de conhecimento e as suas consequências). Neste tipo de consulta deverão ser conhecidas as características fisiológicas que influam na contracepção, expostos os hábitos de contracepção do casal e até conversar sobre determinados aspectos da vivência sexual do casal, que possam auxiliar na busca do plano de contracepção mais apropriado para o seu caso. É que, afinal de contas, é esta a função deste tipo de consulta. Garantir que o planeamento familiar desse casal se possa concretizar como desejado.

Aqui se encontrarão à disposição múltiplos métodos de contracepção, desde os chamados “métodos naturais”, passando pelos métodos reversíveis até aos definitivos. As taxas de eficácia são bastante animadoras, especialmente se atendermos à hipótese da combinação de métodos, bem como ao facto do controle tecnológico e do desenvolvimento científico permitirem o aumento progressivo dessa segurança.

Assim, se um casal está de tal maneira consciente da recusa de uma gravidez, ao ponto de admitir a possibilidade do aborto no caso dela ocorrer, lógico será que, para além de estar devidamente informado sobre a forma correcta de utilizar os contraceptivos, recorra aos métodos de maior eficácia e, muito especialmente, à utilização simultânea de métodos.
Tendo por base este tipo de cuidados, como poderá ocorrer a gravidez?!?

O que não se pode é dar o “calor do momento” como desculpa para o laxismo, e muito menos aceitar o aborto como solução para tal. E sublinhe-se bem esta premissa: Que a vida do feto não seja nunca o preço do conforto de quem quer gozar a plenitude do sexo desprotegido! Acontece que é para isto que estaremos a caminhar, na eventualidade da liberalização agora a referendo.

De resto, é aqui que se vê a verdadeira diferença entre uma relação “de coleccionador(a)” ou de circunstância, como falávamos no post anterior, e uma relação de verdade e de cumplicidade. É que, quando um casal se respeita e protege, estando consciente de que não quer engravidar, planeia conjuntamente a contracepção a utilizar e responsabilizam-se ambos por tal. Esse esforço, se partir de um genuíno sentimento de cumplicidade e carinho para com o outro, transforma-se no afã de proteger esse outro, inclusive de uma gravidez não desejada. E quando as coisas ocorrem assim, é muito pouco provável que ocorra o tal “acidente”. Ainda assim, propositadamente ou não, quando surge o fruto dessa liberdade e desse amor sob a forma de criança, ele tem de ser bem vindo, sob pena de se estar a renegar o sentimento que lhe deu origem.

Resumindo, ninguém ousa sequer falar em “sexo só em caso de procriação”. O que é preciso é reconhecer com clareza que, de facto, a “liberdade” e a “autodeterminação” sobre o corpo, começa e acaba no comportamento sexual.

Todo o ser humano minimamente consciente da realidade sabe que a relação sexual praticada entre dois seres biologicamente saudáveis tem um potencial mais ou menos alto de gravidez, conforme a altura do ciclo da mulher. Posto isto, se decidem manter esse tipo de relações… têm de estar conscientes que a gravidez é uma hipótese, ainda que remota (face à contracepção), e que, a acontecer o “acidente”, ele não parte de uma violação nem do anormal funcionamento do corpo. Pelo contrário, advém de uma opção livre e consciente de ambos, bem como da sua natureza biológica.

A gravidez não é um estado reversível, e tão pouco uma doença… E, independentemente da Lei, o casal é o seu verdadeiro e único protector.

fevereiro 06, 2007

9 - (IVG) Ouvir os Casais II



Outra abordagem possível ao casal, poderá fazer-se em relação aos hábitos sexuais de cada indivíduo. Atenção que a análise que se segue não procura generalizações, nem pretende fazer juízos de valor às condutas de ninguém. Pretende, sim, identificar comportamentos que potenciam a chamada "gravidez não desejada", mas que, ainda assim, beneficiarão de uma eventual despenalização.

Vamos começar por dissociar “casal” de “acasalamento”, na medida em que nem todo o acasalamento procede de um casal. E o que é que se quer dizer com isto? Na actualidade, o sexo vem assumindo, cada vez mais, um lugar cimeiro nas relações interpessoais. Como se se trata-se de uma forma de comunicação, a par da palavra ou do gesto. O sexo transforma-se numa forma de expressão individual, individualista, na medida em que apenas visa tirar o maior partido possível do corpo, fazendo uso do corpo de outrem. Esta transformação dos costumes, a que alguns chamam de “libertação”, está patente nos novos hábitos sociais. O culto da beleza e da transformação física, em busca de um ideal estético momentâneo, vai a par de um egocentrismo vertiginoso, que rejubila e se alimenta do impacto provocado no outro. A sedução e o seu sucesso, marcam, hoje, muitas vezes, a diferença entre a frustração e o bem-estar pessoal. E esta mentalidade, que está longe de ser partilhada pela generalidade da população, concretiza-se perigosamente no seio de parte das novas gerações. É indesmentível que, actualmente e aliado ao fenómeno crescente do consumismo, o culto do corpo, da beleza, da imagem, da aparência, entre a camada jovem (que levo até aos 30 anos), vem suplantando em muito a primazia pela valorização intelectual, cultural e cívica. Ora, essa transformação nos padrões de valores, tem repercussões nos comportamentos e na evolução moral da sociedade como um todo.

O sexo, esta nova linguagem que surge, cada vez mais, com vista à descoberta de nós mesmos, por intermédio da posse esporádica de um outro qualquer, parece vir tornando-se numa espécie de direito… Um direito inalienável que nos assiste e se transforma progressivamente num dever que a sociedade tem para connosco.

Hoje em dia, esse direito dá pelo nome de “orgasmo”, chamemos-lhe o “direito ao prazer”. Por outro lado, esse dever, na sua forma mais radical, parece querer dar pelo nome de “aborto”.

Tenho plena noção do aspecto conservador que toma todo este raciocínio, especialmente à “luz” do conceito de “modernidade” vigente. No entanto, não tenho a mais pequena dúvida que isto se aplica a uma boa porção das sociedades emergentes. Ora, toda esta introdução pretende apenas vir ao encontro daqueles que, hoje, vêm defender o aborto como forma de libertação, como fórmula de total domínio sobre o corpo. Porque há quem defenda o aborto como último garante da liberdade sexual, e pretenda subjugar a medicina e a gravidez ao direito ao livre usufruto do corpo.

Completando o raciocínio, hoje, o “acasalamento” dá-se, muito frequentemente, por factores alheios ao respeito, cuidado e protecção mútuos (para evitar referir os conceitos “ultrapassados” de “amor” e “compromisso”). Podemos aqui incluir as relações extra-conjugais, ou os flirts combinados por internet, ou os chamados engates de uma noite por entre bares e discotecas, ou as relações mantidas na prostituição, etc. Ora, esse, é um dos grandes factores que, na actualidade, leva ao firme desejo da garantia de toda a liberdade e desresponsabilização possível face ao parceiro sexual. A ausência do sentido de compromisso, leva a esse conforto que hoje se encontra no desapego e na descartabilidade do outro.

Assim, facilmente se compreende o enorme obstáculo a essa “liberdade” que consiste a gravidez. Ela comporta uma obrigatoriedade, uma responsabilização a que muitos dariam o nome de “prisão” ou “desespero”.

Uma despenalização do aborto, surge assim como último paradigma dessa “liberdade”!

Uma despenalização do aborto LIVRE, até às 10 semanas, beneficiará muito especialmente este tipo de atitude perante a vida e perante o próximo.

fevereiro 05, 2007

Ou vai ou racha!



Ontem, Sócrates respondeu ao repto lançado por alguns apoiantes do "NÃO", que propuseram uma alteração da Lei, em caso de vitória do "NÃO".

(Alexandre Relvas, mandatário da plataforma "Não Obrigado", veio defender que, em caso de resposta negativa no referendo, se deve criar uma lei que isente as mulheres de prisão ou julgamento. Propõe, aliás, o aproveitamento das medidas apresentadas em 2004 pelas deputadas do próprio PS, Rosário Carneiro e Teresa Venda.)

Para o "SIM", é óbvio que não interessa que os portugueses encontrem esta serenidade, esta prudência face ao assunto. Se aquela população que pretende votar "SIM" para despenalizar as mulheres, tiver a perspectiva de uma despenalização que não implique uma liberalização do aborto a pedido(o que seria o caso), esta poderá vir a assumir uma posição mais prudente face à alteração da lei, nos termos do presente referendo, votando "NÃO".

Ora, Sócrates sabe-o bem, e não lhe interessa mesmo nada aliviar essa pressão a que está a sujeitar os portugueses. Na verdade, a esta proposta do "NÃO" (baseada na principal argumentação do "SIM"), Sócrates respondeu que "(...) se o "NÃO" ganhar, a lei ficará como está», tendo o secretário-geral do PS, garantido que não irá ser aprovada "qualquer lei que seja contrária à lei actual".

Portanto, a mensagem é só uma: Querem as mulheres livres de julgamento? Votem a Lei como nós a queremos.

E ameaça: Caso o "NÃO" vença, eu não viabilizarei qualquer outra possibilidade de despenalização. (o que, tenho poucas dúvidas, não aconteceria)

Maior factor de pressão é impossível.

Para o PS, tem de ser desta, dê lá por onde der!

fevereiro 04, 2007

8 - (IVG) Ouvir os Casais I



Em toda esta discussão, parece haver determinado foco de tensões que vai variando entre a exposição rápida e o aparente esquecimento. Trata-se do papel do homem na decisão sobre a gravidez, sobre o destino do feto.

Parece ser uma abordagem incómoda para a generalidade dos intervenientes do debate. Para o “NÃO”, não é fácil dizer-se, e acima de tudo demonstrar-se, que o homem tem uma palavra a dizer sobre o que se passa no corpo da mulher. Para o “SIM”, não é cómodo afirmar-se, para lá de qualquer dúvida, que o que se passa no corpo da mulher só a ela diz respeito… Em qualquer um dos casos…soa mal.

E soa mal porquê? Porque qualquer uma das posições pressupõe a sujeição, a submissão, a anulação de uma das partes perante a outra. Ora, a gravidez, enquanto estado provocado pelo encontro entre um homem e uma mulher, vive e concretiza-se plenamente a partir dessa vivência em comum, partilhada, e é isso que cada um de nós assume como natural e desejável, ainda que inconscientemente. Logo, a defesa de apenas uma das premissas, leva inevitavelmente a uma reacção mais ou menos efusiva da outra parte.


Simplesmente, neste momento, aguardamos um referendo que nos confrontará com o segundo caso…ou seja, com a completa anulação do homem perante o advento de uma gravidez. De acordo com a pergunta em causa, apenas se salvaguarda a vontade da mulher em todo o processo abortivo, colocando o homem à margem dessa decisão.

Teria assim maior lógica que apenas as mulheres votassem neste referendo? Há sectores feministas que o defendem! Gostaria de apresentar 2 razões para que assim não deva ser:

1º A gravidez/procriação, trata-se de um fenómeno natural indissociável da existência de dois organismos sexuados que se complementam. A sobrevivência das espécies depende dessa complementaridade. No caso da espécie humana, essa complementaridade reveste-se de uma co-responsabilização resultante de um raciocínio livre e intencional, único, que nos distingue e responsabiliza especialmente. A natureza é um dado adquirido e, portanto, nem a mulher reclamou a maternidade para si, nem o homem a rejeitou.

2º O planeamento de uma sociedade e a construção de uma civilização é da responsabilidade de todos quantos a constituem, sem descriminações biológicas, pelas quais não são responsáveis. O planeamento familiar e a organização demográfica dessa sociedade, é um trabalho conjunto entre homens e mulheres, cumprindo justamente com esse padrão natural imutável. Ora, num estágio civilizacional em que se repõe a justiça em relação ao papel da mulher nessa participação, terá lógica superiorizar o seu papel nesta matéria, concedendo-lhe plenos poderes sobre esse planeamento?
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Mas, passando então ao Casal.

No casal, homem e mulher contribuem de igual modo para a concepção. A ela, pelos desígnios naturais, cabe-lhe comportar a gestação, hospedando o novo ser até que o seu corpo esteja capaz de sobreviver ao meio externo. No entretanto, como depois do nascimento, é a dedicação e o amor que, em primeira instância, compõem desde logo o conceito de paternidade. Esta trata-se de uma vivência a três, que, quando desejada, se inicia logo na concepção.

O problema, aqui, surge de entre os casos de gravidez não planeada e não desejada. Tendo em conta que o terceiro elemento, o feto, não manifesta vontade, resta-nos compreender os limites da liberdade dos seus dois progenitores. Ora, quer a actual lei, quer a que se pretende introduzir, e até mesmo a própria lógica, não concebem que a mulher seja forçada a abortar por vontade do homem. Apesar da gravidez ser, em igual proporção, da sua responsabilidade, não lhe é permitida a ingerência no corpo da mulher. E é simples de entender porquê. Se a gravidez se iniciasse por pequenas etapas reversíveis, entre as quais se pudesse decidir da sua continuidade ou cessação, cabalmente o homem teria tanto direito como a mulher de cancelar o processo, e esta não poderia prosseguir sem o seu consentimento. Acontece que, uma vez iniciado, nada distingue uma etapa de outra e o processo é simplesmente irreversível. Assim, uma vez dado o contributo do homem (pelo acto sexual), este não terá qualquer outra forma de intervir no processo, que a Lei ou a biologia lhe permita.

Mas e a mulher? Terá ela o direito de ingerência sobre o corpo do feto? A verdade é que, estando à sua guarda, o novo ser está na sua exclusiva dependência, ele é, para os casos em que o aborto é desejado, um refém da mulher que o guarda. Ou seja, até que ponto poderá o homem intervir na vontade da mulher em abortar? Devemos compreender que, aprovada esta lei, o homem terá apenas a relevância que a mulher altruisticamente lhe atribuir. Por sua vez, o feto apenas terá a protecção que ela, mais uma vez, lhe quiser dar…

Mas e se ele desejar esse filho? E se ele se responsabilizar sozinho pela paternidade dessa criança? Terá ela o direito de o matar? Que protecção deverá a Lei garantir-lhe a ele e ao feto neste caso?!?


Algo está errado nesta ideia de justiça e de partilha de responsabilidades. Não é possível entender que uma mulher possa decidir sozinha se um homem deverá ou não ser pai. Que deixe de o ser quando ela não queira e aborte (com o beneplácito do Estado), ou que passe a ser quando ela decida que quer e engravide, obrigando-o a assumir o filho. Da mesma forma que não se entende que a Lei, por princípio, conceda à mãe a tutela dos filhos em caso de divórcio, e outras peculiaridades de uma sociedade que ainda não encontrou um meio termo entre a responsabilidade e o desejo.

fevereiro 03, 2007

A Rússia mostra "o caminho"...!



"Rússia: Número de abortos é superior aos nascimentos.

O número de abortos legais na Rússia ultrapassa o número de nascimentos, num país com uma das mais liberais legislações sobre a interrupção voluntária da gravidez e que foi o primeiro a legalizar a prática, em 1924.
"

Ora aí está! Num país com inequívocos resquícios da brutalidade do pragmatismo comunista, as coisas são de facto demasiadamente simples:

Incomoda? Mate-se!

Por cá, é exactamente esta a visão subjacente às nossas esquerdas mais radicais. O feto é um empecilho para a "liberdade da mulher"? Mate-se!

Como nos transmitiu Marx: É preciso abolir a Família, para libertar a mulher da opressão do capitalismo, do casamento e da família...

fevereiro 02, 2007

Já na próxima QUINTA!



Mais informações aqui.

fevereiro 01, 2007



Os médicos respondem!

janeiro 31, 2007

7 - (IVG) Ouvir as Mulheres II



Feminismo: bradando a insanidade.

“O corpo é meu!” ou “Os nossos corpos não são campos de batalha”, são alguns dos slogans que ouvimos, vindos de certo feminismo radical e acicatado. E não, não é aquele feminismo que pugna por justos direitos e igualdades, contra machismos ainda latentes ou sobreviventes, trata-se sim de gente que vê ataques e opressões em tudo o que mexe, bem como a necessidade de reagir com tanto alarido quando possível, qual histerismo militante. São os “donos da verdade”, “quixotes da nova moral”. Consideram o aborto uma causa que elevam ao puro e simples patamar da liberdade pessoal, lá está, contra uma suposta “opressão machista da actual Lei”. Bom exemplo disto foi a intervenção da Drª Edite Estrela no programa “Prós e Contras”, comparando esta despenalização à introdução do divórcio, permitindo às mulheres divorciarem-se dos seus maridos se quiserem. A pobre senhora esquece-se que os maridos são homens feitos e que os fetos não são chamados a assinar a papelada do divórcio.

Apesar de não representarem as mulheres em geral, pois raras são as que se identificam com tais slogans, não deixam de ser barulhentos e levar de arrasto um público mais jovem e menos dado a análises serenas.

A estas mulheres (e homens), é preciso lembrar que o que agora se discute, não é o poder que a mulher tenha de dispor livremente do seu corpo, mas o poder de dispor livremente da vida de um ser autónomo que habita, temporariamente, no seu ventre, o que não está certo. Este novo ser tem, desde o momento da concepção, uma individualidade própria, única e irrepetível, cabendo à mulher o insubstituível papel da sua guarda e protecção. Renegando esse papel e essa responsabilidade, através do aborto, aí sim, está-se a transformar o corpo num “campo de batalha”. Uma batalha sangrenta e sempre com uma morte certa.
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A razia financeira à Família.

Aparte os feminismos, o motivo que mais recorrentemente ouvimos para que se aborte, são as carências financeiras. Não que tenha um peso real significativo, como vimos nos dados apresentados no post anterior, mas, ainda assim, sistematicamente evocado como razão essencial para que se permita o livre acesso ao aborto (já que não gostam do termo “liberalização”).

Ora, queremos acreditar que quem recorre ao aborto numa atitude de “responsabilidade”, face à constatação da ausência de meios para assumir um filho, o fará sob um sofrimento extremo, inerente ao dilema e à dúvida sempre presentes no processo. Na verdade, uma mulher que pondera o aborto sob este tipo de pressão específica, estará pronta a abraçar essa gravidez ao primeiro sinal de esperança, auxílio e acompanhamento que lhe seja dada.

E é bom que, primeiro, comecemos por esclarecer que não se deve considerar como “carência financeira”, aquele critério de maternidade, segundo o qual, a criança só será feliz se tiver acesso a todo o tipo de luxos e mordomias hoje disponíveis. O “conforto” tende hoje a suplantar valores elementares como a “amizade”, a “partilha” ou o “sacrifício”. Logo, por “carência financeira” se entende, por exemplo, a ausência de um lar que permita uma privacidade mínima ao seu agregado, a ausência de uma alimentação saudável e variada, ou de um orçamento familiar que possibilite a manutenção da família (roupa, higiene, energia, água, educação).

Posto isto, e recordando que, actualmente, os abortos clandestinos por motivos financeiros rondam apenas os 14 %, é de se questionar o papel de toda uma sociedade, personalizada num Estado, na criação de bases para o apoio à Família. E não se pense que se trata aqui de esmolas ou de pequenas ajudas pontuais, trata-se da criação de políticas de Família, as apregoadas (e jamais cumpridas) “políticas de Natalidade”. Que é da criação de verdadeiros benefícios fiscais? Porque é que um casal com 3 ou 4 filhos deve estar sujeito ao mesmo tipo de carga fiscal, ao nível de IVA ou IRS, que um casal com apenas um?!? Porque é que um casal com 3 ou 4 filhos está sujeito ao mesmo imposto e à mesma concessão de crédito na compra de habitação que um casal com apenas um?!? Para cúmulo dos cúmulos, porque é que um casal com 3 ou 4 filhos está sujeito aos mesmos preços no acesso à cultura que qualquer outra pessoa?!? E onde estão os médicos de família para a Família? E o planeamento familiar disponível? E a assistência social de proximidade?

Na Alemanha já se começou, em 2007, a oferecer milhares de euros por cada filho que nasça. Por aqui não se pede tanto, por ora. Pede-se algo que diminua, ou ajude a dissolver, este “dilema monstruoso” que actualmente constitui a maternidade, neste país de gente velha. A grande maioria do esforço visível, nesse sentido, provém de associações privadas ou da Igreja, demitindo-se o Estado do seu papel, exultando antes o aborto como A SOLUÇÃO para a pobreza (quando se pretende investir milhões no aborto, sem dar um sinal claro no apoio à Família e à maternidade, é obviamente disso que se trata).
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Prioridades e responsabilidade.

Mas a principal motivação por detrás do aborto clandestino, e segundo rezam os estudos encomendados por representantes do “SIM”, trata-se tão só de uma questão de definição de prioridades, sobre o que deve vir agora e o que deve vir depois.

Perguntam: Mas uma mulher não tem direito a definir as suas prioridades, a optar?

Em absoluto, tendo em conta que o corpo lhe pertence e que é livre para dele dispor. Simplesmente, quando por acção desse livre dispor, ela exige a intervenção de terceiros sobre esse corpo, aí ela terá de se cingir a regras externas. Se uma doença é passível de ser tratada, uma gravidez não, porque não é doença.

É preciso lembrar que o direito ao livre dispor do corpo, começa no seu comportamento sexual e termina no seu critério de contracepção, constituindo essa uma margem suficientemente ampla para uma maternidade consciente. Acontece que, quando o comportamento sexual e os critérios de contracepção da mulher concorrem no sentido da gravidez, resta assumi-la e apostar vivamente nesse estado natural e privilegiado, decorrente da sua liberdade. A opção pela apregoada “maternidade consciente” existe antes da concepção, depois desta, há “apenas” maternidade, “consciente” ou não!

Conscientes, sim, da sua opção de abortar, fazendo-o por questões de progressão na carreira, conforto económico, por critérios de tempo, definição de prioridades, etc., este calculismo por parte de muitas mulheres, e que está subjacente à maioria dos abortos clandestinos, não é passível de atenuantes ou de compreensão. Simplesmente, outras há, como vimos, que lhe são conduzidas pelo medo, por pressões familiares e/ou sociais, pelo desespero, e a essas dificilmente se poderá levantar um dedo acusador. Como diz o “SIM”, não merecem que ao drama do aborto se junte a humilhação e a recriminação social.

Ora, como não é possível aferir das motivações de todas estas mulheres, diferenciando as primeiras das segundas, e para que se não condenem duplamente as segundas, mais valerá que se despenalizem todas, pois que a justa possibilidade da condenação de umas, ainda que em maioria, não justificará o triste julgamento de outras.
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Saúde Pública?!?

Alega-se ainda uma “questão de saúde pública”. Tendo em conta as consequências normais de abortos em situações legais, depressões, perigos de infertilidade permanente, gravidez ectópica (numa próxima gravidez), hemorragias, febres, cancro da mama, coma e até a morte, não será esta uma “questão de saúde pública” que se agudiza? A conveniência de umas e a demissão do Estado para com outras vale o risco e os seus custos?

Resumindo:

- Pedido de aborto para o caso de violação, mal formação do feto, perigo para a saúde física ou psíquica da mãe ou risco de vida, a Lei consagra-o, aborte-se.

- Pedido de aborto com motivações financeiras, sociais e/ou familiares? Fazendo prova dessas carências, encaminhamento para assistência social, planeamento familiar e médico de família. Seguimento da gravidez e relação de proximidade com a família. No caso extremo de recusa da criança, depois de nascida, deve ser dirigida pelo Estado para os milhares de casais disponíveis para a adopção.

- Pedido de aborto por qualquer outro motivo, recusa-se a intervenção e propõe-se o encaminhamento para consulta de planeamento familiar.

janeiro 30, 2007

Parecem cordeiros...



Hoje, primeiro dia de campanha, podemos já ver, no Porto, o "SIM" a distribuir panfletos e a dar entrevistas.

São mentirosos! Profundamente mentirosos!

Repetem insistentemente às pessoas que o que está em causa não é a sua posição sobre o aborto, mas simplesmente a despenalização das mulheres.

Como é possível que esta gente tenha a lata de dizer algo assim, quando sabe, sabe perfeitamente, que um "SIM" a esta pergunta implica muito mais que uma simples "despenalização". Implica o total arbítrio sobre o feto até às 10 semanas!! Isto sim! E esta gente anda a escondê-lo da população acenando-lhe com prisões fictícias!

Num momento em que ainda se vê tanta, tanta gente, a pensar que este referendo é para tirar mulheres da prisão, ou para permitir que uma mulher aborte se for violada ou se o feto for deficiente...

O "SIM" É DESONESTO! ESTÃO A FABRICAR VOTOS!

janeiro 29, 2007

Hino à Vida.



Frio, chuva, até neve ontem caiu… Mas fomos milhares, saímos convictos.

Famílias inteiras, carrinhos de bebés e cadeiras de rodas percorreram as ruas de Lisboa… Crianças e idosos, netos e avós. Foi um hino à Vida, uma experiência inesquecível…

Valerá a pena! É uma causa maior.

janeiro 28, 2007

"Como o Diabo da Cruz!"



O DEBATE EM TORRES NOVAS

Foi um debate de surdos, como todos os outros debates sobre o tema. Ninguém ali vai para ser convencido, logo, cada um apenas pretende repetir-se tantas vezes quanto possível.

Contudo destaco duas pérolas deste encontro em especial:

1º A Dª Edite saiu-se com esta: “Sou mãe e sou avó de três netos que adoro. É por isso que voto sim, porque as crianças têm o direito de ser desejadas, têm o direito de ser amadas e ser felizes.”

Portanto, esta, como gosta tanto tanto tanto dos netinhos, chega à brilhante conclusão de que só tem direito à vida quem tiver um considerável potencial de felicidade no horizonte, ainda antes de ter nascido. Para a senhora, são os progenitores que vaticinam a capacidade do filho de ser feliz ou infeliz ao longo da sua vida, independentemente da capacidade deste de fazer pela própria felicidade ou pela dos outros. Daí, claro, piedosos dos paizinhos que só lhe fazem um favor! Abortam-no, pois então!

Gosto de ver a Dª Edite em debates pelo “SIM”… Soma sempre pontos para o lado do “NÃO”!

2º Mas o melhor foi mesmo a Srª Helena Pinto. Depois da bióloga Isabel Carmo Pedro intervir, projectando uma imagem de um feto às 10 semanas no útero, e tendo deixado a dita imagem exposta depois de terminar, a deputada do BE não consegui tomar a palavra sem garantir que a “perigosa” imagem fosse desligada. “Tire isso daí. Não quero falar com essa imagem aí!”

Desculpem, mas só me consegui lembrar da imagem do Drácula a fugir da cruz…!

Por que será que a VERDADE incomoda tanto esta gente…? No fundo, no fundo, algo lhes atormenta a consciência… Ninguém defende a morte com um sorriso nos lábios ou alegria no olhar!

janeiro 27, 2007

CAMINHADA PELA VIDA.



É JÁ AMANHÃ! SEJAM MILHARES... SEJAM CONVICTOS... VALERÁ A PENA!

janeiro 26, 2007

Inconstitucionalidade!



Hoje, foi a vez do constitucionalista Jorge Miranda vir a público. Vem o especialista chamar a atenção de que, “se o “sim” ganhar, a futura lei violará a Constituição”, lembrando o seu artigo 24º (“A vida humana é inviolável”).

aqui o havíamos dito, e ainda se aguarda a solução que os “SIM’s” pretendem dar a tudo isto. De repente, a Constituição cai no vazio dos relativismos e a “Vida Humana”, aí consagrada e defendida, passa ao lado do feto…porque este ainda não ganhou um mísero dia, depois de ter já ganho 10 semanas.

Mas o professor Miranda diz mais:

"Na lei de 1984 há um ponderação de valores entre a vida humana e o direito à saúde e dignidade da mulher. Aqui não há nenhuma realidade constitucionalmente admissível que justifique pôr em causa a vida humana"

O caro professor ainda não chegou aquele ponto do debate em que se ouve o “SIM” assumir que a “matéria-prima” se deve sujeitar à vontade da “criadora”!

Debate em Torres Novas.



Amanhã, dia 27, na Alcaidaria do Castelo:

Debate sobre Interrupção Voluntária da Gravidez:

"A Assembleia Municipal de Torres Novas promove um Debate sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez, a ter lugar na Alcaidaria do Castelo de Torres Novas, amanhã (sábado), dia 27 de Janeiro, pelas 17H30, com a participação de Edite Estrela, deputada do Partido Socialista no Parlamento Europeu e Helena Pinto, deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, defensoras do SIM; e António Maria Braga Pinheiro Torres, advogado (do movimento “Juntos pela Vida”) e Isabel Carmo Pedro, bióloga (do movimento “Mais Vida, Mais Família”, defensores do NÃO."

janeiro 25, 2007

O "erro" de Hipócrates!



Afinal, acumulamos milénios de equívoco e não sabíamos! Parece que são os políticos, sociólogos, juristas e empresários, que enchem a nossa Assembleia, os verdadeiros creditados para formular e reformular a deontologia médica!

Quem nos mostra a Luz é o Dr. Rui Nunes, professor de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e anterior responsável da Entidade Reguladora da Saúde. Segundo veio a público, o senhor pretende "solicitar à Ordem dos Médicos a revisão do Código Deontológico dos Médicos, no dia seguinte ao referendo ao aborto, qualquer que seja o resultado da consulta popular".

Mas atenção, não é uma "revisão" qualquer...! Pegando na incompatibilidade entre o "código" (que apenas contempla o caso de perigo de vida para a mulher) e a Lei de 1984 (quando se consagraram as actuais excepções), que leva, supostamente, os médicos a recusarem abortar nos casos que esta já permite, defende um ajuste do dito código, para que "a ética médica se compagine com a lei em vigor". Segundo ele, "a classe médica deve reflectir...de forma que possa adequar-se aos valores actuais da sociedade, sufragados directamente pela população".

Lá está, parece que hoje em dia, quando a ciência atinge altos patamares de rigor e conhecimento, em que se consegue ver para lá dos tecidos, quem dita o que é ou não Vida Humana é o comum eleitor, ou o político, em seu lugar. Médicos para quê?!

O senhor alega um desajuste do código à actual Lei, mas eis o que ele vem propor para depois do referendo:

"A proposta concreta que eu faço é que a redacção do artigo do Código Deontológico, respeitante a esta questão, diga que é falta grave - excepto nos casos previstos pela lei em vigor - o que resolve todo o problema"

Naturalmente que resolve! Se vierem por aí os nazis outra vez, lá teremos o dito código a proclamar a eugenia como acto de higiene e saúde pública. Conforme a "lei em vigor", lá está!

janeiro 23, 2007

6 - (IVG) Ouvir as Mulheres I



Porque se aborta em Portugal?

Há quem assegure que as mulheres não o fazem de ânimo leve, que pesam bem as consequências. Dizem que o fazem em consciência e com responsabilidade, mas ao mesmo tempo falando em estados de sofrimento extremo, sendo que, por tudo isto, acabam tendo um comportamento "heróico", que alguns entendem como um acto de amor para com o feto abortado.

Alegam-se, sistematicamente, graves problemas económicos e sociais na origem do aborto clandestino. Ou seja, uma das grandes motivações que parte do "SIM", é uma atenção especial a ter para com as mulheres/famílias que não têm condições para suportar mais um filho.

Vamos então "ouvir" as mulheres, e procurar conhecer as reais motivações por detrás do aborto clandestino. A seguir, apresentam-se dois estudos levados a cabo por defensores do "SIM". O primeiro, feito pelo "SIM" de 1997, o segundo, pelo "SIM" de 2006/07, ambos às portas de referendos para a despenalização da IVG:
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a) Estudo elaborado por Teresa Tomé (Contributo para o estudo da epidemiologia da IVG, Coimbra, pág.29, 1997). Para mais dados e interpretações deste estudo, consultar aqui.

Motivo do aborto, em percentagem.

1. Não querer mais filhos: 40,3 %
2. Não querer filhos para já: 14,3 %
3. Ser muito nova: 11,4 %
4. Problemas de saúde: 7,0 %
5. O curso está primeiro: 6,7 %
6. Problemas sociais: 6,0 %
7. Problemas familiares: 4,8 %
8. Problemas económicos: 4,4 %
9. Não querer ter filhos: 2,0 %
10. Outros motivos: 3,2 %

("O mesmo estudo conclui que a esmagadora maioria das mulheres "abortaram independentemente da sua situação profissional, do seu nível sócio-económico, das suas habilitações e até mesmo com fontes de informação próximas ou serviços [de planeamento familiar] disponíveis (p.45, conclusão 2) " )
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b) Estudo apresentado pela Associação para o Planeamento Familiar (APF). Para mais dados e interpretações deste estudo, consultar aqui.

Motivo do aborto, em percentagem. (2000 entrevistas):

1. Era muito jovem: 17,8%
2. As condições económicas não o permitiam: 14,1%
3. Por não desejar ter filhos: 13,2%
4. Tinha tido um filho à pouco tempo: 10,4%
5. Companheiro rejeitou gravidez: 9,4%
6. Instabilidade conjugal:9,1%
7. Pressões familiares: 8%
8. Problemas de saúde: 4,2%
9. Malformações do feto: 3,3%
10. Já não tinha idade para ter filhos: 2,6%
11. Outro motivo: 8,1%

("Também aqui se apresentam outros dados adicionais, nomeadamente que o chamado "aborto de vão de escada" é uma raridade no actual panorama da clandestinidade, que o aborto vem diminuindo, ou que a grande maioria dos abortos advêm de relações desprotegidas. " )
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Como se pode verificar, em ambos os casos é notória a pouca preponderância dos motivos sócio-económicos, como origem do aborto clandestino. No estudo de 97, estes assumem apenas 4,4%, já no de 2006 verifica-se um aumento para 14,01%.

Por outro lado, e de uma vez por todas, fica claro que a grande maioria destas mulheres assume, como motivação, meros critérios de preferência, prioridade e conveniência.

Em suma, é necessário entender, que uma eventual alteração da Lei virá essencialmente favorecer este tipo de disposição, ou seja, a desresponsabilização e um livre arbítrio, que não age apenas sobre o corpo da mulher.

Por fim, assuma-se que uma condigna atenção do Estado perante estas carências económicas, possa atenuar este desespero desorientador. E porquê "desorientador"? Porque segundo uma outra sondagem, esta apresentada pelo "NÃO" (1880 entrevistas), 76% das inquiridas respondeu que "se estivesse grávida e atravessasse um momento de dificuldade ou dúvida sobre a sua gravidez ou maternidade, desejaria ser ajudada e apoiada a manter a gravidez e poder ter o bebé":

janeiro 22, 2007

"30 ans: ça suffit"



15 mil em Paris contra o aborto.

Estes já sabem do que falam... Tiveram de experimentar a Lei para compreender os motivos da sua rejeição. Por cá, querem-nos fazer sentir a "urgência" do sentido inverso.

O "progressismo" português...sempre um passo atrás.

janeiro 21, 2007

"Assim Não"



Marcelo Rebelo de Sousa criou página pessoal, no combate à proposta de alteração da Lei sobre a IVG.

janeiro 20, 2007

Ping-pong.



Segundo as opiniões "da moda", seres indesejados só vêm ao Mundo para sofrer e fazer sofrer. Pudesse esta mãe ter abortado confortavelmente e já esta criança não criava tantos problemas ao Mundo...! Ah... maldita lei!

É curioso que num tempo em que se pretende reduzir a maternidade ao patamar do menu de restaurante, venha de Torres Novas (origem deste blog) o exemplo de quem se faz aprisionar por amor ao próximo.

janeiro 19, 2007

É p'ro menino e p'ra menina!

Nova sondagem. Esta da Eurosondagem para a SIC, Expresso e Rádio Renascença.

SIM à discriminalização: 52,5%
NÃO à discriminalização: 47,5%

janeiro 18, 2007

A quem interessa ouvir?



Ainda estou para tentar compreender qual a intenção de certa comunicação social, quando insiste em colar a campanha do "NÃO" à Igreja, relevando e extrapolando certas e determinadas iniciativas individuais, que não se inserem em qualquer plataforma de cidadãos ou sequer cumprem com as instruções do pariarcado.

É recorrente a amostragem de iniciativas do grupos do "SIM", apresentando-se inlusivé discursos de ministros, a par de pequenos episódios e discursos isolados, protagnizados por sacerdotes da província, negligenciando-se as iniciativas ou os diversos contributos diários vindos dos muitos grupos de cidadãos pelo "NÃO".

Parece haver aqui uma clara intenção de se fabricar, sempre que possível, uma apologia do "discurso sereno e avisado" do "SIM", por oposição a uma postura "fundamentalista" e provinciana do "NÃO". Lembro o fraco destaque dado pelos diversos órgãos de comunicação à bem representativa e esclarecedora reunião de mais de 500 médicos e estudantes de medicina no passado dia 12, com vista à subscrição de uma declaração de princípios de apoio ao "NÃO" e que contou mesmo com a presença do bastonário da respectiva Ordem. (encontrar-se-ão dia 27 de Janeiro, às 20:00, em simultâneo em Lisboa, Porto, Braga, Aveiro, Viseu, Castelo Branco e outras cidades portuguesas).

Ora, desde um padre de Oliveira de Azeméis que distribuiu panfletos com “imagens chocantes”, ora um cónego de Castelo de Vide que vem ameaçar com a excomunhão, ora ainda uma tal "associação de leigos católicos" que se põe a distribuir panfletos contra o aborto, com a imagem de Nossa Senhora de Fátima... Para a nossa comunicação social, um padre que pregue, à sua maneira, no cu de Judas, é tão relevante quanto uma entrevista ao porta voz de um dos muitos grupos que representam, cada um, milhares de assinaturas de cidadãos anónimos.

Assim, gentilmente, se manipula a informação.

janeiro 17, 2007

Pelo NÃO!

janeiro 16, 2007

Um aparte.



Hoje em dia e cada vez mais, há razões externas (alheias às causas congénitas), como os maus hábitos alimentares, poluição, estilo de vida, etc., que aumentam a infertilidade entre os casais que querem ter filhos.

Ora, “de acordo com as causas detectadas há, na maioria dos casos, tratamento adequado para uma “concepção assistida”, como seja:

Por intervenção cirúrgica, por intervenção medicamentosa, por mudança de estilos de vida, por inseminação artificial, de que há várias modalidades como, por exemplo, a indução de ovulação, a indução de produção de melhor esperma, inseminação intra-uterina, fertilização in vitro, ICGS (injecção de um espermatozóide num óvulo usando micropipetas ou outras técnicas de micromanipulação)”.


Como é que é possível, pois, que neste país se ande a clamar por “Evolução” e “Civilização”, atribuindo-lhe a liberalização do aborto como paradigma, quando temos um Estado que se demite de apoiar o combate à infertilidade e não se ouve ninguém a clamar por apoio, face a esses tratamentos caríssimos?!?!?

A “questão de saúde pública”, para este governo, fica-se pelo financiamento da morte?