outubro 19, 2006

1 - (IVG) Ouvir a Ciência.

O que somos às 10, 12 e 16 semanas de VIDA?
(Hoje, vamos ver as imagens bonitas, no próximo post as feias)


Feto abortado às 6 semanas.


Em fins de Setembro de 2005, a National Geographic mostrava-nos o documentário In the Womb” (A Vida no Ventre). Utilizando a ecografia a 4 dimensões (tecnologia recém aplicada na medicina, que, para o documentário, foi tratada com cor) os médicos captam imagens de toda a gestação do novo Ser. Ao longo de 9 meses foram registados momentos de todos os pormenores desejados, e fizeram-se experiências várias, cujos resultados foram já apreendidos pela medicina, sob a forma de conhecimento inédito. Imagens do feto sugando no dedo, pestanejando, bocejando e esboçando sorrisos, bem como movimentos em tempo real. Inclui ainda imagens de uma cirurgia, em que o médico insere um “fetoscópio” dentro da mãe e até ao feto, afim de corrigir um defeito congénito.


Equipamento 4D (Philips Medical Systems' iU22)

A revista “Sábado” nº77 (de 21 de Outubro de 2005) fez capa com este tema, tomando como base o referido documentário para descrever, abreviadamente, as várias fases da gestação. É daí e daqui e daqui, que retirarei as próximas informações.
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1º Mês:

“Cerca de 22 dias depois da fecundação, as células cardíacas diferenciam-se. Ao fim do primeiro mês, já existe um coração minúsculo a bater e o sangue circula no embrião. Começa a formar-se o sistema nervoso e os restantes órgãos do corpo, nomeadamente o fígado, os pulmões, o pâncreas, a laringe e os ouvidos. Surgem as saliências que darão origem aos membros superiores e inferiores. Às 4 semanas, o embrião mede 4 a 6 milímetros e não chega a pesar uma grama.”


Feto com 5 semanas.

2º Mês:

“Antes pensava-se que os principais órgãos do bebé só estavam formados a partir do segundo trimestre da gestação, hoje sabe-se que os órgãos estão todos formados ao fim da oitava semana de gestação. Ao longo do 2º mês começam-se a formar os órgãos. Na 6ª semana de gravidez aparece o esqueleto e surgem os primeiros reflexos nervosos. O coração bate 150 vezes por minuto e os braços e as pernas tomam forma. No rosto começam a desenhar-se os olhos, as orelhas, o nariz e a boca. Na oitava semana, o embrião movimenta-se no líquido amniótico e já são visíveis os órgãos genitais, mas ainda não é possível distinguir com exactidão o sexo do futuro bebé. Ao fim do 2º mês, o saco vitelino desaparece (responsável pelo fornecimento inicial de nutrientes e pela produção de células sanguíneas) e a placenta passa a assumir o papel fundamental de regulação do fornecimento de nutrientes e oxigénio. Também desaparece a pequena cauda situada no prolongamento da espinha dorsal. Na 8ª semana de gestação, todos os órgãos estão bem definidos, por isso o embrião passa a chamar-se feto…mede 27 a 35 milímetros e tem aproximadamente 4 gramas de peso.”


Feto com 7 semanas.

3ºMês:

“Neste período (entrada no 3º mês) nascem as unhas e formam-se os dentes. Observam-se também os primeiros movimentos musculares. O bater do minúsculo coração já pode ser facilmente detectado pelos médicos: bate entre 120 e 160 vezes por minuto. O feto começa a ensaiar os primeiros movimentos respiratórios, contraindo e relaxando o tórax. Às 11 semanas, já manifesta o reflexo de andar, como revelam as modernas imagens de ecografias a 4 dimensões: quando toca nas paredes do útero com os pés, o feto dá um impulso com as pernas, como se estivesse a saltar num trampolim (este tipo de reacção também se pode observar nos bebés recém-nascidos, até aprenderem a caminhar).
As modernas técnicas de imagem revelam que o feto começa também a mexer os lábios e a língua. Alguns estudos sugerem que é capaz de sentir o sabor do líquido amniótico. Às 11 semanas os rins já produzem urina e o estômago está activo, bem como os intestinos. O feto começa a treinar outro reflexo fundamental para sobreviver: chupa no dedo, gesto que indicia o impulso de mamar, essencial para assegurar a alimentação após o nascimento. A estrutura do pescoço já se identifica e o nariz toma a forma definitiva, demarcando os traços do rosto. As diferenças entre os órgãos genitais masculinos e femininos começam a ser mais pronunciadas, permitindo uma identificação mais clara do sexo do futuro bebé através de ecografias. A pele em torno dos olhos cresce e acaba por cobri-los dando origem às pálpebras. O sentido da audição desenvolve-se e o feto reage a sons fortes e aos estímulos do tacto, em especial os que são provenientes da mãe – o som é um dos meios para estabelecer os primeiros laços afectivos. No fim do 3º mês de gestação, o feto mede cerca de 7.5 cm e pesa 15 gramas.”



Feto com 12 semanas.

4º Mês:

“Nesta altura (entrada no 4º mês), o corpo da mãe revela sinais mais visíveis de gravidez, principalmente com o aumento do tamanho do ventre. A grávida é capaz de sentir o filho a mexer-se dentro da barriga. O feto reage aos sons e aos movimentos bruscos. Nascem-lhe as pestanas, as impressões digitais começam a formar-se e os vasos sanguíneos são visíveis através da pele fina. Começa a crescer uma fina penugem, que depois dará lugar ao cabelo. As pernas crescem e ficam mais compridas que os braços, mas as mãos tornam-se sensíveis e passam a agarrar e a explorar o ambiente que as rodeia, do cordão umbilical aos pés ou nariz. No 4º mês de gestação, o novo ser humano já tem muitos órgãos a funcionar: o fígado começa a produzir a bílis, por exemplo. Nos últimos anos descobriu-se que as células olfactivas já estão activas nesta fase do desenvolvimento. Mais: as análises revelam que os aromas intensos dos alimentos da dieta da mãe passam para o líquido amniótico. “Tudo indica que o paladar e o olfacto surgem mais cedo do que se pensava”, diz Jorge Branco, obstetra da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. No caso dos fetos de sexo feminino, os ovários já têm folículos com as células precursoras dos óvulos. Às 16 semanas, mede cerca de 16 centímetros e pesa 110 gramas.”


Feto com 16 semanas.


*mais imagens destas diferentes etapas (e com mais pormenor) aqui.
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Apesar da proposta de referendo se centrar nas 10 semanas de gravidez, decidi descrever a gestação até às 16. Ou seja, dos 2 meses e meio até aos 4 meses. Isto porquê?

O governo PS, apesar de colocar as 10 semanas em referendo (pretendendo dar um tom “equilibrado, razoável e sensato”, como diz Sócrates) tem intenções algo diferentes:

A 22 de Março de 2005 o PS aprovava na Assembleia um diploma a entregar ao Presidente da República (que então recusou a realização do referendo) onde se propunha novo referendo à IVG, também até às 10 semanas e tendo como única condição a consulta prévia de um Centro de Acolhimento Familiar. Contudo, o dito diploma continha outras cláusulas, prevendo-se um “alargamento do prazo para a realização do aborto das 12 para as 16 semanas em caso de perigo para a saúde física ou psíquica da mulher”. Também até às 16 semanas de gravidez, o projecto previa que deixasse de ser punível o aborto que ponha em perigo a saúde física ou psíquica da mulher "por razões de natureza económica ou social", que actualmente não são referidas na legislação. in: TSF

Ou seja, depois de conseguir que a população aprovasse a devassa da vida intra-uterina, enquanto princípio, dava-se um salto e esticava-se a legitimidade por mais umas “insignificantes” 6 semanas! Porque, convenhamos, alegar a saúde psíquica ou a natureza económico-social junto de um médico amigo e que até seja a favor do aborto, é tão só estender o ABORTO LIVRE ATÉ ÀS 16 SEMANAS, ou seja, 4 meses. Ora, tendo em conta que a tecnologia já permite a sobrevivência de prematuros com 7 meses de gestação, trata-se aqui de eliminar um ser-humano com mais de metade da sua gestação intra-uterina mínima cumprida. Isto é homicídio.

Estamos em risco de ser enganados assim, por portas e travessas. É por isso, também, que se torna essencial saber o que é a Vida às 16 semanas de idade, bem como ter conhecimento de TODAS as intenções do governo.
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Todos sabemos que, para desvalorizar o acto abortivo, há quem argumente que o alvo da operação não passa de “uma incipiente combinação de células”, “uma forma de vida que ainda não se considera humana”, ou, em tom mais corrente, “uma coisa tão pequenina que mal se vê”, “uma posta de sangue”, entre outras.

Se vivemos na era da Ciência, como se diz, onde a lógica impera e os factos ditam a Lei, é bom que se comece por chamar as coisas pelos nomes correctos. À luz da ciência, e como se acabou de comprovar, o feto é um ser vivo, completamente autónomo da progenitora e humano em toda a sua dimensão, ainda que reduzida e vulnerável.

Desta forma, é preciso compreender, antes de mais, que o aborto é uma forma de eliminar VIDA HUMANA AUTÓNOMA:

- É “vida”, porque reproduz sinais vitais e porque o faz autonomamente da mãe (apesar de depender do corpo desta). Isto para além de possui sistema nervoso activo e evidenciar actividade cerebral desde cedo.

- É “humano”, porque para além de comportar esse código genético específico, evidencia sinais exteriores humanos desde os primeiros dias.

- É “autónomo”, porque não faz parte do corpo da mãe nem possui o mesmo código genético sequer. Para além de funcionar autonomamente dela, possui uma identidade genética única, enquanto ser-humano.
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Compreendendo isto (e antes de se levar a cabo qualquer referendo), há que assumir, com a confirmação da Ciência, que esta discussão em torno da IVG, trata essencialmente de avaliar a violabilidade da vida humana intra-uterina.

É legítimo dispor sobre essa Vida? Esta é a questão primordial.

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

esta muito bom, parabens.

quarta-feira, 28 fevereiro, 2007  
Anonymous Anónimo said...

me encantó la página. excelentes imagenes. sigan adelante, hablen por aquellos que no pueden hablar porque no les dieron la oportunidad de vivir. le negaron el derecho más básico de todos: la vida.
dora lacarrubba, paraguaya. 21 años

sábado, 09 junho, 2007  
Blogger Uma pessoa ke aprende todo dia ! said...

muito bom..

sexta-feira, 19 outubro, 2007  
Blogger Unknown said...

Tenho 3 filhos e estou na minha 4° e ultima gestação,pois vou operar.estou com + ou - 5 semanas.estou muito feliz,adorei essa materia,muito bom mesmo!

segunda-feira, 10 novembro, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Deveria de existir mais divulgacao da gestacao por volta dos 3 a 4 meses
principalmente nos atendimentos pelo SUS.Porque até entao as mulheres acham que nessa faze nao existe vida
ainda concretizada dentro do utero.

quarta-feira, 11 março, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Conheco uma pessoa do meu convívio
que abortou com 5 meses, porque acreditava que ainda nao era uma crianca totalmente formada!
Isso aconteceu agora neste ano e ela fez tudo clandestinamente dentro da propria casa.Lamentavel.

quarta-feira, 11 março, 2009  
Anonymous Anónimo said...

minha namorada pelas nossas contas, deveria está grávida de 8 semanas, porém ao fazer uma ultrasson, constatou segundo o médico uma gravidez de 11 semanas.com o feto medindo 4,2 (cm).
é normal ocorrer isso. Estou muito confuso.

domingo, 27 setembro, 2009  
Anonymous Anónimo said...

OLA ANONIMO SAID...
VOCE É JAPONES?
SE VOCE NÃO FOR ABRA OS OLHOS.

segunda-feira, 26 outubro, 2009  
Blogger Unknown said...

uma criança seja em qualquer estado de desenvolvimennto é um maravilhoso presente de deus pois do geito que voce gosta de viver ela també. cristiane santos de recife-pernambuco
27.02.2010

sábado, 27 fevereiro, 2010  
Anonymous Anónimo said...

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domingo, 02 junho, 2013  

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