abril 11, 2007

Perdido...



"O Presidente da República promulgou hoje a lei da exclusão da ilicitude nos casos de interrupção voluntária da gravidez, tendo enviado à Assembleia da República uma mensagem em que identifica um conjunto de matérias que deve merecer especial atenção por parte dos titulares do poder legislativo e regulamentar, de modo a assegurar um equilíbrio razoável entre os diversos interesses em presença."

Ver aqui o teor da mensagem enviada pelo Presidente da República à Assembleia da República.
______________________________

É assim que hoje vejo o nosso presidente. E nem é pelo facto de ter promulgado esta aberração legislativa, mas antes pela quantidade de reparos que achou por bem fazer à dita. Quando um homem representa a última instância no acto de legislar, tendo o poder de veto, sabe à partida que depois de promulgada uma lei ela não tornará a passar-lhe pelas mãos. Assim, de que valem os reparos e conselhos que envia a uma maioria ideológica que lhe dedica o mais profundo desprezo?!?!?

Se o presidente tivesse reenviado a lei para a Assembleia, juntamente com os ditos reparos, esta teria o dever institucional de discutir e observar alguns desses pontos, especialmente no que toca ao alargamento da discussão ao segundo maior partido nacional (que concentra bastantes defensores do "SIM", certamente mais moderados e racionais que a Esquerda com que o PS discutiu a lei). Mas não! Assim, para deleite geral da Esquerda, ainda ouvimos o ministro da saúde a aceitar conceder alguma atenção às sugestões do chefe de Estado, o que, em termos práticos, é a mesma coisa que manda-lo à m..da.

Cavaco caiu no ridículo. Falta-lhe a coragem de outros tempos. Teremos uma lei cega, à imagem e semelhança da nossa Esquerda mais libertina.