janeiro 10, 2007

14 para 5 ?!?



Segundo o Jornal de Notícias de hoje, a apresentação de movimentos de cidadãos junto do CNE (Comissão Nacional de Eleições), para fazer a campanha do próximo referendo, traduz-se numa disparidade de 14 para 5, sendo que os 14 se colocam pelo lado do NÃO.

Sem dúvida que não será o tempo de antena a ditar o vencedor (até porque metade desse tempo será atribuído aos partidos, que estão numa proporção de 1 para 3, a favor da despenalização), no entanto, é curioso observar que são os "situacionistas" a mobilizar-se melhor e a chegar mais perto da população.

Pela lógica, o afã recalcado do SIM (face à anterior derrota) em obter um bom resultado, seria justificação para a situação oposta, o que se não verifica.

O SIM de 98 justificou a fraca mobilização com as idas à praia e o convencimento dos seus eleitores de que o referendo "estava ganho". Pois, agora que não é tempo de praia e já somam uma derrota...foram aos saldos?!?!?

Onde estão os defensores do SIM dispostos a dar a cara, a colher assinaturas, a ir para as ruas...?! E não venham cá dizer que o NÃO se mobiliza por militância e que por isso dá mais nas vistas. Tendo em conta que o actual "politicamente correcto" vem, pura e simplesmente, ridicularizando e descriminando quem apela à Vida, teriam estes muitas mais razões para se esconderem em casa e limitar a por a cruzinha dia 11.

Independentemente do resultado deste referendo, aqueles que pugnam pelo respeito pela Vida Humana têm já uma vitória assegurada: a consciência esclarecida sobre o que entendem por civilização, e sobre qual o caminho a percorrer para a concretizar.

Esses dormirão descansados.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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quinta-feira, 11 janeiro, 2007  
Anonymous Anónimo said...

UMA FALSA QUESTÃO
Veio a imprensa há poucos dias dar conta, em notícias publicadas em diversos órgãos de informação, da existência de 15 movimentos a favor do «não» contra apenas cinco pelo «sim» no referendo sobre o aborto a pedido, agendado para o próximo dia 11 de Fevereiro. Claro está que, dos mesmos dados, cada um fez a leitura que quis. E se uns atestaram de imediato que o «sim» não estava a corresponder ao afã esperado na sequência da derrota de 1998, outros vieram logo contrapor que o «não» tem tanto medo de perder que se desdobrou em iniciativas e grupos. Parece-me, despenteados amigos, que passou ao lado de toda esta gente o ponto essencial da questão. Senão vejamos: significa o facto de haver 15 movimentos para um lado e cinco para o outro, qualquer que ele seja, que o lado dos 15 represente uma maioria? De que serve a um de nós, qualquer um de nós, ter 15 sacos com três rebuçados cada, se o nosso amigo tiver cinco sacos, mas cada um deles com 30 rebuçados? Seremos nós, por termos 15 sacos, que temos mais rebuçados? Um raciocínio simples, não é? Mas que mesmo assim passou completamente ao lado destas mentes iluminadas que apregoaram a existência de mais movimentos pelo «não» como medo, ou a aparentemente fraca representação do «sim» como falta de voluntarismo para defender a sua causa. Não é isso que está em causa. Não é o número de movimentos existentes, até porque muitos de nós, mesmo tendo uma posição, não integramos qualquer movimento. Certo? Ainda assim, já que se toca neste ponto, gostava de saber quantas pessoas há em cada um desses movimentos, para um e para outro lado.
Outra questão tem a ver com a representatividade desses movimentos: se é verdade, como crêem alguns, que o povo tem tendência a valorizar a opinião de determinadas classes, como os médicos, os professores ou os advogados (não creio que ainda seja exactamente assim, mas dou de barato que, principalmente nos meios rurais e menos permeáveis à informação, ainda seja essa a tendência), e se também é verdade que a contestação ao actual Governo (que se sente em todo o lado, menos nas sondagens que continuam a dar maioria absoluta ao PS, se as eleições fossem hoje) pode, num dado contexto, impulsionar os mais indecisos a votar contra o sentido de voto defendido pela tutela, então o «não» não teria razões para temer, porque a vitória nas urnas estaria quase garantida. No entanto, as sondagens divulgadas nos últimos dias – e tenho a convicção de que, como diria Nuno Rogeiro, elas “valem o que valem” (os resultados variam necessariamente de acordo com o cenário e o contexto em que são formuladas as perguntas –, dão uma clara vitória ao «sim». Resta-nos aguardar, e ver, no dia 11 de Fevereiro, o que decidem os portugueses. Como já aqui disse, sou, por definição, contra referendos. Considero que o Governo foi mandatado para legislar e não precisaria de perguntar nada a ninguém antes de o fazer. No entanto, neste caso, optou por dar esse passo, e agora que o fez, a opinião vencedora deverá ser sempre respeitada. Embora saibamos que, se o «não» voltar a vencer, a breve trecho seremos novamente chamados às urnas. Porque há gente que nunca desiste.

in http://mentedespenteada2.blogs.sapo.pt

segunda-feira, 15 janeiro, 2007  
Blogger A minha verdade said...

Bom, tendo em conta que o tempo de antena para os movimentos cívicos será distribuído equitativamente, digamos que os “rebuçados” serão distribuídos igualmente por todos os “sacos” existentes (pelo SIM e pelo NÃO). Logo, quantos mais sacos existirem pelo NÃO, mais rebuçados cabem a essa causa. Por outro lado, acredite que esses 15 actuarão em uníssono, ou seja, ninguém se vai andar a repetir, pelo que as diferentes mensagens se complementarão umas às outras. Portanto, o tempo de antena oficial penderia claramente para o NÃO, não fosse a desproporção contrária ao nível dos partidos políticos.

terça-feira, 16 janeiro, 2007  

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