janeiro 04, 2007

As "doentes" saudáveis!



Ficámos hoje a saber que Correia de Campos estima uma despesa entre 350 a 700 euros por cada aborto. Uma despesa a ser suportada pelo Estado, por via do orçamento distribuído a cada hospital.

O ministro assegura que “se o sim ganhar no próximo dia 11 de Fevereiro, as interrupções voluntárias de gravidez serão tratadas como qualquer outro acto médico e os hospitais públicos com serviço de ginecologia e obstetrícia vão ter de as fazer.”

Caso estes não o assegurem, serão responsáveis por encaminhar as requerentes para o sector privado, bem como pelos respectivos custos daí decorrentes.


Portanto, uma mulher saudável que decide que uma gravidez saudável, resultante de um acto sexual livre, deverá ser eliminado por meio de uma operação médica e às expensas do Estado, será encarada da mesmíssima forma que uma cancerosa que não pediu para adoecer, que tudo o que quer é continuar a viver e ser tratada com os meios e no tempo indicado para tal… Interessante...!

Todos sabemos do actual estado da nossa Saúde, dos tempos de espera, da falta de meios, e da forma como tudo isso se reflecte na irreversibilidade de muitos casos com gravidade. Tendo em conta que o ministro garante a equiparação dos abortos a qualquer “outro acto médico” (como se a gravidez fosse uma doença!), lógico é assumir que, pela sua natureza, estes serão encarados como casos prioritários.

Ou seja, caso o SIM vença, teremos gente com diagnósticos e intervenções cirúrgicas por fazer, à espera que as senhoras acabem de desfazer o “acidente”, e ver quanto sobra para aquelas doenças tratáveis para lá das 10 semanas.

Quando vemos filas de espera descomunais para a colocação de bandas gástricas, tratamentos urgentes de fisioterapia, colocação de próteses, transplantes de tudo e mais alguma coisa, ou para a simples atribuição de um médico de família… pensar numa mulher que, por ser saudável engravidou, mas terá o benefício da prioridade sobre quem está efectivamente doente, para desfazer o que livremente fez… É ultrajante!

E é simples, ou o ministro pretende dar mais, muito mais dinheiro aos hospitais, para fazer face às múltiplas carências do sector, ou então aguardamos para ver que doentes terão os hospitais de preterir, em favor das senhoras saudáveis que querem abortar.
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Por fim, ficámos ainda a saber que o sr. Ministro pretende que “as mulheres que não quiserem ser identificadas não possam ser atendidas nos hospitais do Estado.”

Portanto, se as senhoras não quiserem que seja público o seu “tratamento” (como é norma em todos os actos médicos), terão de recorrer ao privado a expensas próprias, o que, curiosamente, constituirá factor de alívio financeiro para o ministro, que até já considerou esta medida um factor de minimização da procura dos hospitais públicos para tal!

Portanto, ele quer garantir que o Estado possa fazer abortos, mas está a contar com a vergonha das mulheres para gastar menos dinheiro com a coisa...

Pelos vistos, a apregoada “humilhação” estará para durar…!

Ele sabe-a toda!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sou fã deste blog... E cada dia que passa, ainda mais...
E tenho na minha família a prova viva, de que quando se quer, a vida vence!
A minha Mãe, cuja vida foi cruelmente roubada há quase 5 anos, ficou grávida quando eu tinha 3 anos de idade... Eu nasci de cesariana, após a qual a minha Mãe decidiu fazer uma laquiação de trompas. Esta laquiação foi mal feita, e o "nó" desfez-se, o que fez com que a minha Mãe voltasse a engravidar. Quando consultou a médica, na altura, a minha Mãe "tinha um mioma"... Mas, num rasgo de intuição, ela disse à Obstetra: "Atenção Dra.! Se for gente, é para vir!!!"
A minha irmã é a mais nova de 4 irmãos, e tem hoje 24 anos! E no entanto, teria sido tão fácil para a classe médica não reconhecer a negligência de uma operação mal feita, e tratar o caso como se de um "mioma" se tratasse...
Eu sou pela vida... E hoje em dia há tantos métodos de se evitar uma gravidez... Para quê recorrer ao aborto, e tirar precocemente a vida a um ser que não tem culpa dos erros dos outros...

sexta-feira, 05 janeiro, 2007  

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