Um triste fim de ano...
"Na antevéspera do Ano Novo, damos uma prova de mediocridade que nos toca a todos. É que, num mundo em que prevalece uma moral que condena a pena de morte com o mesmo afã com que proclama a legitimidade do aborto livre, não há homens impolutos. É um mundo imaturo e cheio de “novos anos” para celebrar."
in: Jardim do Arraial
2 Comments:
O que espero de alguém que faz um comentário destes é que se ponha a defender a pena de prisão por infanticídio (8 ou mais anos) para todas as mulheres que façam abortos. Isto seria coerência argumentativa para quem equipara a vida extra-uterina à vida intra-uterina até às 10 semanas de gravidez!
Caro anónimo, está enganado. Não se comparou tais coisas da maneira como as coloca. O que está em causa neste texto é o concluir que, no alvor do século XXI, por oposição à barbárie que sem dúvida constitui a “pena de morte”, proclama-se o alto civismo de se poder optar por prosseguir ou não com uma gravidez em curso. Os mesmos que se opõem ao primeiro, tendem a apoiar o segundo, esquecendo-se que o valor que sustenta ambas as causas é rigorosamente o mesmo, a defesa do valor da Vida. Não está, portanto, aqui em discussão o que “vale mais” ou menos, mas sim a conduta, a perspectiva, a abordagem contraditória com que alguns encaram o conceito de “civilização”.
"Civismo" prender-se-á com certeza mais com uma sociedade em que os cidadãos se relacionam responsavelmente, em que os cidadãos assumem na plenitude as consequências das suas opções em liberdade, em que os casais possam aceitar a ideia de "gravidez" sem inibições de carácter financeiro. Um mundo em que os seres nasçam por acção de duas pessoas responsáveis e que se relacionem conscientes do potencial que os seus corpos encerram e dos "riscos" inerentes. Para mim, isto sim é "civilização".
A defesa do aborto livre e arbitrário não é compatível com uma indignação face à prática da “pena de morte”. Em ambas, está em causa o livre dispor sobre vida alheia e autónoma.
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